Caso haja a necessidade de uma boa dose de glicose, sugiro este filme. VocΓͺ pode assistir em sobressaltos, clichezΓ£o, meio anos 60, sem espaΓ§o para papo-cabeΓ§a, com final previsΓvel.
Como clichΓͺ adocicado, obedece a saga de outras tramas, como "Uma carta de amor", com o Kevin Costner ou "Cartas para julieta" com o casal Nero/Redgrave. SΓ³ que ao invΓ©s de cartas, a interface Γ© um Γ‘lbum de fotografias achado em um mercado de pulgas, que formiga a curiosidade da bela Chloe, fotΓ³grafa e desencantada do amor. Γ o estopim para desencadear uma busca incansΓ‘vel para achar, "desembirrar" e fazer com que as fotos pulem fora do Γ‘lbum. E Γ© Γ³bvio que consegue, ou nΓ£o seria clichezΓ£o. Depois de recompor e solucionar o destino interrompido, Chloe parte para a sua prΓ³pria histΓ³ria e tratar de matar os seus demΓ΄nios, nos reservando a melhor cena do filme. Trata-se da projeΓ§Γ£o empΓ‘tica que faz o espectador, ao encarnar o personagem varΓ£o, que recebe uma declaraΓ§Γ£o criativa de amor feita no final. Palavras diretas e uma encarada de derreter iceberg. SΓ³ isso vale o filme.
Meghan Ory (Chloe), a personagem central Γ© boa e linda. NΓ£o chega a ser uma grande atriz, mas preenche o espaΓ§o lΓΊdico e alguns sonhos. O que Γ© extraordinΓ‘rio nela Γ© o olhar; a forma de olhar Γ© a sua grande ferramenta. Pode ser doce como um sorvete de pistache, amargo como uma bomba de rΓΊcula; seja no modo paisagem, seja no modo veneziana, tanto faz. Γ como dizia o amigo Tibete, "mais verde que guspida de mate". Perturbador!
O Γ‘lbum de memΓ³rias Γ© um filmezinho leve, fofo, sem apelos sexuais e, claro, muito menor que o tema que, se bem explorado, renderia uma histΓ³ria muito mais consistente. Mas serve como dose de glicose para dias tΓ£o amargos. Tem uma levada bem dinΓ’mica e facilmente palatΓ‘vel.
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