Como regra, a espionagem romΓ’ntica, aquela que consagrou sir. Sean Connery e seu 007, que para nΓ³s, prepotentes ocidentais, desequilibrou a nosso favor a balanΓ§a maniqueΓsta entre nΓ³s e os russos, essa nΓ£o existe mais. O tema esgotou-se com o fim da guerra fria e a derrubada do Muro de Berlin. Embora o ovinho do mosquito esteja sempre pronto a eclodir.
O filme requenta o assunto. Especula sobre uma tal escola de espiΓ΅es russos, para onde vai Domenika (Jennifer Lawrence), a fim de servir Γ s chantagens de um tiozinho safado, e depois de ver sua carreira como solista do Bolshoi ter um trΓ‘gico fim. Γ uma escola bΓ©lica, cujo projeto pedagΓ³gico usa a exaustΓ£o uma uma ΓΊnica matΓ©ria curricular: a seduΓ§Γ£o. (Como se a Jennifer precisasse).
Um olhar um pouco mais aprofundado vai encontrar buracos e inconsistΓͺncias na histΓ³ria, e tropeΓ§os de roteiro, mas nΓ£o estou aqui para mexer com essas coisas porque, afinal, o filme prende a atenΓ§Γ£o do inΓcio ao fim e, portanto, cumpre a sua funΓ§Γ£o de entretenimento.
"...Sparrow" Γ© um passar de olhos americano pelas intimidades do Kremlin e suas circunstΓ’ncias, onde a mocinha, desempenhando a malvadinha do bem, faz de Bobota os parceiros do Putin. O esperado herΓ³i americano, supostamente colocado no filme para salvar a mocinha, acaba no limbo, totalmente engolido pela trama. DesnecessΓ‘rio. Charlotte Rampling reaparece, e em uma coadjuvΓ’ncia que homenageia sua carreira: Γ© professora da escola de seduΓ§Γ£o. PHD no assunto!
O filme Γ© legal e, deturpando um pouco a frase do Rick Blane Γ© bom lembrar: "sempre haverΓ‘ Jennifer Lawrence". NΓ£o Γ© o melhor dela, mas aquele olhar de absinto congelado Γ© mais mortal que cem ogivas soviΓ©ticas.
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