Há duas verdades desnudadas nesta obra:
1) Lealdade e fidelidade são palavras gêmeas, porém bivitelinas, a mercê do caráter dos envolvidos;
2) O trisal não nasceu em Tocantins.
Jules (Oskar Werner) é um judeu-alemão, com modos ortodoxos e Jim (Henri Serre), um francês tocado da bola. São amigos e confidentes, apesar das grandes diferenças comportamentais.
Jeanne Moreau é um dos símbolos da nouvelle vague, o movimento francês contestatário ao glamour hollywoodiano. Era uma mulher que transpirava sensualidade, a partir de sua boca, um rasgo lascivo que oscilava entre o sorriso invertido e o deboche.
Em "Jules e Jim, uma mulher para dois", que na verdade era uma mulher para muitos, Jeanne foi ser Catherine. Tornou-se amiga da dupla e foi levando a ambos pelo seu cabresto sedutor. Quase um ménage à trois em tempo integral, até que Jules, vencido pela paixão, a pede em casamento, óbvio que com o consentimento do amigo Jim, que deveria abrir mão dos seus 33% de direitos da relação.
Viviam todos uma linda história de amor e amizade até que a guerra os separou. Jules, já casado, leva Catherine para a Alemanha, país pelo qual vai aos campos de batalha. Finda a guerra os amigos voltam a se encontrar na França. O casal tem uma vida muito complicada, em que Catherine coleciona amantes sob o olhar compassivo (ou manso) do marido. Como não consegue segurar o furor de sua Messalina, aceita dividi-la com o amigo., como nos velhos tempos Depois acaba cedendo em definitivo os "direitos federativos". Divorciam-se, e Jim e Catherine se casam.
Seguindo o roteiro, guampinha daqui, guampinha dali de ambas as partes, Jim vai viajar e encontra outra de suas mimosas, a Gilbert (mimosa mesmo, pena que só de dois filmes, a Vanna Urbino) e a coisa ficou séria e o caldo entorna de vez,.
Baita filme.
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