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Antes de ser uma comédia romântica é um romance. Um romance sem traumas. Apenas com a dificuldade de um abostado não saber lidar como tamanho midiático da mocinha. Mas disso eu entendo muito bem. Também não soube lidar com a fama da Michelle. Como comédia romântica é do padrão de outra estrelada pela Julinha Roberts, Uma linda mulher, e tão boa quanto.
Conta a história de um livreiro bonitão, que recebe em sua modesta lojinha de bairro, uma bonitona famosa e atriz renomada. A coisa vai das desconfianças iniciais, uma luta titânia dela apara vencer a timidez do moço, ao final apoteótico, tudo com muita leveza e clima tropical, apesar de se passar na Inglaterra.
A gente pode gostar, desgostar do gênero ou tanto faz, mas uma coisa é certa: termina o filme e ficamos dois ou três dias resmungando a trilha sonora. Demais! Até os mariscos de Nazaré, que não têm sossego nenhum entre os guascaços do Atlântico e as rochas, sabem da minha admiração por Aznavour, mas "She", nas cordas meio roucas do Elvis Costello te levam a Notting. Sublime!
O filme tem uma levada gostosa mercê das luzes de Julia Roberts, que brilham tanto, que ao invés de ofuscar o naturalmente ofuscado Grant, empresta seu brilho e o catapulta ao Globo de Ouro junto com ela.
E um "The End" pateticamente romântico e emocionante, que fez descongelar os corações londrinos, ensolarados pela voz do Elvis, que acabou enchendo as burras dos investidores faturando milhões, e colocando a obra na galeria dos imperdíveis .
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