Na parábola, o gato angorá atravessa os trilhos do trem e perde seu belo rabo, volta para pegar e acaba perdendo a cabeça. A moral da história é clara, CQD, e o filme mostra exatamente isso.
Em "Vingança" (Revenge) de 1990, revi Madeleine Stowe, com aquele olhar diabolicamente angelical, do jeitinho que costumava me torturar lá no seu início de carreira. Ela é o rabo de saia que faz com que Kevin Costner perca a cabeça (quem não perderia?). Deve ter pensado "já que no fim todos acabam morrendo mesmo, eis um bom motivo".
O filme conta a história de um piloto da marinha aposentado, Michael J. Cochran (Kevin) que sai viajando pelo mundo à toa. Vai ao México visitar um velho amigo, um rico e poderoso chefe mafioso Tiburon "Tibby" Mendez (o magnífico Anthony Quinn), e lá conhece Miryea (Madeleine), a jovem esposa do amigo, que é o cavalo onde baixa o anjo caído.
Amigos amigos, seduções à parte. Não há como resistir, e o mocinho se atira na mocinha como burro no azevém. O castigo em qualquer circunstância seria previsível, agora imaginem furar os olhos de um mafioso! A mão pesou. Porrada bagual em ambos, e a mocinha, mesmo mutilada, é drogada e obrigada a se prostituir, oferecendo aos comensais o que restou de si. Michael é salvo meio que por milagre e se vai em busca da amada e à caça do ex-amigo. Às páginas tantas desse almanaque de brutalidades, o mocinho consegue uma parte do seu intento. Apenas uma parte, a outra, para tristeza minha e do Michael, já era.
As locações dão um tom de beleza rude, tomadas em Los Angeles e no México, e uma trilha sonora muito boa. Filmaço, apesar de algumas cenas toscas, porém adequadas ao contexto. Filme para ver e rever. É mais um "revenge" na vida da Madeleine.
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