O filme tem a fatalidade sangrenta de um tango, ou de um samba-canção transtornado do Lupicínio Rodrigues,
Florinda Bolkan, a nossa cearense de ascendência indígena Bulcão, e ex-funcionária da Varig está exuberante nesse filme, emoldurada pela beleza úmida de Veneza. Foi o ápice de sua carreira na Itália, onde é reconhecida como parte de um grande time de estrelas. Por aqui, talvez ganhe apenas nome de rua em Uruburetama, quando nos deixar.
O filme é uma linda história de amor fatal, hoje meio clichê, onde um músico, o Enrico (Tony Musante) que não consegue esquecer sua ex-mulher Valéria (Florinda) e sentindo a morte chegar em função de uma doença incurável, consegue um reencontro, a fim de reviverem seus bons momentos. Mas ela não sabe que participa de uma despedida.
E a música... A música, para nós que já não cozinhamos na primeira fervura, nos transporta àqueles salões iluminados pobremente pela luz negra e nos faz dançar de rosto colado sobre dois ou três tacos de parquê.
““È meglio che tu vada, amore mio. A casa ti stanno aspettando” ( É melhor você ir, meu amor. Em casa, eles estão esperando por você)"
É nesse momento que tu começas a chorar junto com Valéria.
É um filme inesquecível que vale muito a pena rever.
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