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sexta-feira, 11 de outubro de 2024

ATRAÇÃO FATAL


A primeira impressão que me passa esse filme é que os atores foram escolhidos com refinamento. A doce Anne Archer (Beth Gallagher), no papel dela mesma, a excelente Glenn Close (Alex Forrest) exercitando olhos, bocas e estratégias doentias que arregalariam os olhos da Bette Davis e fariam tremer Joan Crawford, e o nosso "ninfo" preferido, aquele que se diz hiperativo sexualmente, casado com a Zeta Jones, e que teve que dar uma baita volta recentemente, para explicar a origem do seu câncer, o Michel Douglas (Dan Gallagher). Glenn e Anne jamais ficariam bem nos papeis inversos. Está na cara, no gestual e, por óbvio, no talento.

O filme conta a história de um bem sucedido advogado, casado com uma linda mulher, com uma filha fofa, mas que, ao ter um final de semana livre das obrigações maritais, vai dar um bordejo com uma periguetona classe A, a executiva e executante Alex. O final de semana rende prorrogação e pênaltis, e aí a gente sabe: pênalti há que ter talento, sangue frio, nenhuma consciência, e sorte, e contar que do outro lado as equivalências não sejam iguais.
Deu-se mal o malandro (dá vontade de perguntar: quem nunca? Mas, lógico, ninguém entenderia). Riscou fora da caixa ao lado de um barril de pólvora e as consequências foram trágicas. Porém, poderia ter sido pior, caso Adrian Lyne, o diretor, mantivesse a versão original. Alex sublimaria na vingança e o nosso Dan não estaria livre para ver a cruzada de pernas da Sharon Stone, cinco anos depois. Obsessão, que é um substantivo feminino, nunca esteve tão bem representado.
Depois desse filme, muitos outros seguiram a mesma linha, mas nada se comparou.
Vale a pena rever. Pelo sim, pelo não, bebam com moderação e retirem objetos cortantes da sala.

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