O filme pode ser visto como uma homenagem ao macambΓΊzio e sorumbΓ‘tico Edgar Allan Poe, o poeta das trevas, Γcone gΓ³tico. Mas na levada, arrasta-se como se fosse um texto de seu quase contemporΓ’neo Arthur Conan Doyle, o pai do Sherlock Holmes. E no rastro das homenagens, surge o inoxidΓ‘vel versΓ‘til Robert Duvall, 92 anos, em uma pontinha discreta. Duvall Γ© uma lenda. fartamente premiado, mas inesquecΓvel em Apocalypse now e Tender Mercies.
"O pΓ‘lido olho azul" tem o curso do melhor estilo noir, pesado, intrigante e reflexivo, com pelo menos uma dezena de olhos azuis, pΓ‘lidos e suspeitos, onde sobressai Harry Melling no papel de Alan Poe, entΓ£o cadete da academia, seja por sua caracterizaΓ§Γ£o, seja pela atuaΓ§Γ£o. Poe Γ© para ser, na trama, o que significou o "meu caro Watson", da obra de Doyle, entretanto, ao fim e ao cabo ele nos surpreende como se fosse o prΓ³prio Sherlock. Quase uma lΓ³gica, uma vez que quem cria histΓ³rias, deve saber como resolvΓͺ-las.
O drama gira em torno de um assassinato, que acaba dando causa a outros, com requintes de crueldade, na Academia de West Point. Christian Bale Γ© o detetive aposentado contratado para desvendar o caso, inicial e convenientemente definido com como sendo ritual satΓ’nico. NΓ£o era bem assim, ou nΓ£o apenas isso. Os crimes em sΓ©rie se desvendam, por Γ³bvio no final, ou melhor, um pouco depois que a gente acha que chegou ao fim. E ainda bem no finzinho, nΓ³s acabamos nΓ£o sabendo exatamente o que poderΓ‘ acontecer depois. DΓ‘ para entender? NΓ£o? Melhor. Vai assistir. NΓ£o concorreu ao Oscar, mas se tu gostas de quebra-cabeΓ§as estarΓ‘s bem servido. Γ uma espΓ©cie de cubo mΓ‘gico cenogrΓ‘fico.
Nenhum comentΓ‘rio:
Postar um comentΓ‘rio