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quinta-feira, 10 de outubro de 2024

O FEITIÇO DE ÁQUILA

 


Eu tenho um motivo especial para assistir vez por outra "O feitiço de Áquila": limpar os olhos da fealdade do mundo. E assim faço com qualquer filme de Michelle Pfeiffer, nos quais exijo Oscar de melhor fotografia, por motivos óbvios.

"O feitiço..." é um romance alegórico, levinho e bom de assistir. Um tripé meio piegas de drama/fantasia/ação. A trama se desenvolve quando o bispo de Áquila, com poderes semelhantes aos do STF, se apaixona por Isabeau d'Anjou (ele e todos os homens da Europa medieval). Como a bela já tinha o coraçãozinho ocupado pelo corajoso capitão Navarre, o bispo, possuído de ódio e ciúmes, lança uma maldição ao casal., de modo que eles jamais pudessem interagir, mesmo frequentando os mesmos lugares. Ela viveria de dia sob as penas de um falcão, e ele à noite, vestiria a pele de um lobo. E assim seria per omnia secula seculorum. Mas maldição é como uma gincana macabra, de início parece impossível vencer, porém, passando por algumas provas... Nem que seja preciso encharcar os panos com sangue ou até mesmo inventar um eclipse bizarro.
O filme é bom, mas nessas obras de décadas passadas, é preciso entender e dar o devido desconto às cenas que envolvem ação. As ferramentas de edição não se comparam as de hoje, e algumas cenas são nitidamente artesanais.
Quanto ao tal bispo... Há muito desconfio que ele não morreu, e pior: me conhece. Não deve ser por acaso que quando vejo Michelle, me transformo em um pequenino grão de areia, enquanto que ela fica lá em cima brincando de Dalva. Deve ser praga do bobalhão que até compôs uma marchinha para debochar.

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