“As pessoas me dizem: 'ela tem tudo!'. Eu respondo: 'eu não tenho o amanhã.” Elizabeth Taylor
"Ter ou não ter, eis a questão", também poderia ter reflexionado Hamlet. Sim, Liz teve tudo. Uma beleza extraordinária, uma carreira invejável, todos os maridos que quis ter, inclusive o mesmo duas vezes. e diamantes, muitos diamantes. E foi feliz e solidária em seus últimos anos. Quanto ao amanhã que dizia não ter, apenas o verbo é outro, é o do Hamlet. Mitos sempre "serão" o amanhã."Assim Caminha a Humanidade" é o filme. Liz divide a cena do Texas com Rock Hudson e o meteórico James Dean, em sua última aparição em tela. Morreu antes de ver o filme concluído.
Tudo gira em torno de uma família texana, comandada por Bick (Hudson), de um humilde lindeiro e serviçal Jett (Dean), e da esposa Leslie (Taylor). A história é fantástica, recheada de sentimentos adversos de amor e ódio. Preconceitos tratados de forma real e crua, com fotografia, figurino e uma baita trilha sonora. Jett, além de todos os homens que apreciam cerveja, apaixona-se pela Leslie, mas ao contrario de mim, que me contentava em olhar, partiu para a ignorância. Não levou.
Acabou herdando um pedaço de terra da falecida e venenosa irmã de Bick e enriqueceu explorando petróleo. E em se tornando rico, houve por bem novamente tentar furar os olhos do marido afortunado. De novo não levou. Então, ele que já “bebia todas”, foi domiciliar-se em definitivo na garrafa.
Nesse filme o olhar da Liz estava uma estupidez. Talvez porque o início da produção tenha ocorrido pouco depois dela ter se tornado mãe pela primeira vez e a maternidade tenha conseguido dar ainda mais luminosidade à luz; o céu tenha perdido para sempre as nuvens, e Atlântico e Pacífico tenham se dessalinizado e sublimado nas tonalidades de azul, violeta e verde. E que me perdoe a finada pelas modestíssimas comparações.
Assim caminha a humanidade, com passo de formiga e sem vontade, como diz o outro.
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