É um filme que me provocou sentimentos variados. Um baita tema, um bom elenco, uma história sensível, mas... acabei ficando no vácuo. Achei frustrante, em função da expectativa que se cria durante a narrativa. Há tanta coisa para falar sobre o Amor, o Tempo e a Morte... Imagine então vê-las personificadas, agindo como velhas conhecidas! Ora... Cobrar do Amor o seu real significado, mais que aprisionar-se a ele; questionar o tempo e sua inexorabilidade; sua infatigável corrida, às vezes ao nada; e brigar com a morte ou negociar com ela sobre prorrogação e pênaltis... Bah! Há muito pano para manga. Enfim... Mas é aqui que se esconde a beleza colateral que propõe o filme: no imponderável.
quinta-feira, 10 de outubro de 2024
BELEZA OCULTA
Will Smith, no modo abalado e vendo as bochechas do Chris Rock no mundo, é Howard, um profissional de sucesso, desesperado pela perda de sua filhinha de seis anos. Recebe o apoio incondicional de seus colegas de agência, mas uma perda dessas, só quem passa para saber como é. Howard vai ao fundo do poço moralmente e deseja fazê-lo também fisicamente.
É aconselhado a participar de grupos de apoio, mas cadê o ânimo? Tenta algumas vezes e conhece uma pessoa chamada Madeleine (Naomie Harris). Passa então a refletir sobre três entidades que o assombram: Amor, Tempo e Morte. E passa a comunicar-se com elas, através de cartas. Até vê-las personificadas, nas carcaças de Helen Mirren, Keira Knightley e Jacob Latimore.
É quando a narrativa se perde. O contexto inicial prepara o ingresso dessas três entidades na trama, mas elas se esvaem na falta de criatividade ou consistência. Ou apenas materializam essas abstrações, como de fato são: abstrações. Não quero ser mórbido, mas acho que só a Morte se salva, não por coincidência, acho, a única que é real.
De qualquer forma é um filme muito bom de ver porque, se não nos responde o irrespondível, nos empurra à profundas reflexões.
Para um sábado chuvoso fica de bom tamanho. Mas beba moderadamente, caso contrário, acabará enchendo a caixa de e-mail das três entidades citadas.
Jair Portela, Filho de Ramão e Ernestina Portella, pai de Juliano, Brunno, Gabrielli e Igor,
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