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quinta-feira, 10 de outubro de 2024

CARTAS PARA JULIETA


Um filme pode ter maus atores, enredo atrapalhado e outros pecadilhos. Mas se deixar uma mensagem legal se salva. E há aqueles que deixam um "queromais" , porque a temática instiga e sobra espaço para desenvolver. Como "Beleza oculta", por exemplo. Lindo e frustrante.

Mas... "𝗖𝗔𝗥𝗧𝗔𝗦 𝗣𝗔𝗥𝗔 𝗝𝗨𝗟𝗜𝗘𝗧𝗔" , de 2010, é um filmezinho sabor água com açúcar, com notas de frutas secas dos anos 60, e que eu gostei muito de ter assistido. Além de nos transportar para aquelas mal traçadas linhas que deixamos de escrever, e aquelas outras que rasgamos antes de enviar, coloca no ar uma questão atormentada. Como esse trecho da carta, mote do filme:
"...'𝑬' 𝒆 ‘𝑺𝑬’ 𝒔ã𝒐 𝒑𝒂𝒍𝒂𝒗𝒓𝒂𝒔 𝒒𝒖𝒆, 𝒑𝒐𝒓 𝒔𝒊, 𝒏ã𝒐 𝒂𝒑𝒓𝒆𝒔𝒆𝒏𝒕𝒂𝒎 𝒏𝒆𝒏𝒉𝒖𝒎𝒂 𝒂𝒎𝒆𝒂ç𝒂. 𝑴𝒂𝒔, 𝒔𝒆 𝒄𝒐𝒍𝒐𝒄𝒂𝒅𝒂𝒔 𝒋𝒖𝒏𝒕𝒂𝒔, 𝒍𝒂𝒅𝒐 𝒂 𝒍𝒂𝒅𝒐, 𝒆𝒍𝒂𝒔 𝒕ê𝒎 𝒐 𝒑𝒐𝒅𝒆𝒓 𝒅𝒆 𝒏𝒐𝒔 𝒂𝒔𝒔𝒐𝒎𝒃𝒓𝒂𝒓 𝒂 𝒗𝒊𝒅𝒂 𝒕𝒐𝒅𝒂. 𝑬 𝒔𝒆… 𝑬 𝒔𝒆… 𝑬 𝒔𝒆…..."..
E se? Releia sua vida fazendo essa pergunta em parágrafos estratégicos e ouse não se atormentar. Eu tenho infinidades de "e se..."; passei um metro e meio de tempo avaliando perspectivas, mas me conforta o fato de que , "e se" eu tivesse feito tudo diferente do que fiz, e errado menos, não seria eu. Também tem isso.
A história é rica em perspectivas. Tem a linda Vanessa Redgrave como porta-estandarte, que contracena com o seu marido Franco Nero. Aliás, a história de amor real desse casal também é digna de filme. Ela é Claire, que enviou uma carta chorosa para Julieta, encontrada 50 anos depois pela fofinha Amanda Seyfried, no muro das lamentações escritas, em Verona, terra dos Montecchio e dos Capuleto.
Vanessa Redgreave é uma mulher especial, dessas que falam e escrevem com os olhos. Eles, os seus olhos, dizem quase sempre coisas tristes. Suas alegrias parecem contidas, de tal forma que devemos olhar também sua boca se quisermos ler um sorriso. Enfim, ela é inglesa. É uma musa da velha e boa safra. Linda, com uma vida rica de ações sejam sociais ou politicas, e uma atriz apaixonante. Dessas que vendem o filme pelo cartaz.
Assista "Cartas...", que me parece uma homenagem a Nero e Redgrave, com uma ou duas taças de vinho (é filme para Chardonnay), depois isole-se e sente para escrever algo que comece com "E se...".
Vai lá...Coragem! E não ouse revisar!

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