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quinta-feira, 10 de outubro de 2024

OS BONS COMPANHEIROS



Um filme de fôlego, denso, rude. Um texto sobre a máfia que só é menor como obra que "O poderoso chefão". A meu juízo, fica ao nível de "Os intocáveis".

É narrado por Henry Hill (Ray Liota), cuja aspiração infantil era ser gângster no Brooklyn. Sonho fácil de ser realizado, uma vez que seus heróis eram vizinhos e ofereciam cartilhas práticas diuturnas, com ênfase em alguns procedimentos operacionais padrão que não davam margem a improvisos. Sonho que se tornou real quando, aos 11 anos, caiu nas graças do chefete local James "Jimmy" Conway (De Niro), que praticamente o adota como filho, após ter renegado a família.
Mas não é só Henry que deseja ascender na carreira. Jimmy também quer alcançar postos maiores entre as famílias e, tanto quanto possível, usa da diplomacia para resolver suas pendengas. Porém, à sua sombra cresce a raiz do mal, impetuosa e cruel, destinada ao serviço sujo, o que faz com tanta maestria e veracidade que rendeu ao protagonista de Tommy DeVitto (Joe Pesci) a estatueta de coadjuvante.
O filme retrata uma história real sobre mafiosos denunciados por Henry Hill, que morreu em 2012, aos 69 anos de insuficiência cardíaca. Viveu até onde deu sob proteção de testemunha. Mesmo caso de sua esposa Karen Hill ( no filme representada magistralmente por Lorraine Bracco), bem como seus filhos. Jimmy Conway, na realidade é James Burke, Tommy DeVitto é Thomas DeSimone e Paul Cicero é Paul Vario e segue a lista. Todos operavam sob o guarda-chuva da família Lucchese, de Nova Iorque, condenados e já mortos em função da delação premiada (lá funciona) de Henry. DeSimone foi o que morreu mais cedo, mas este, da mesma forma que viveu: brutalmente.
Por fim, Martin Scorcese,+ Robert deNiro + Joe Pesci resultam em duas certezas: sangue e sucesso. E a trilha sonora é tão maravilhosa, que choca com o contexto e fica parecendo escárnio.

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