Levar um best seller para a telona é garantia de mídia, porém, carrega no projeto uma enorme responsabilidade. Não conheço o livro que deu origem (1937), mas o filme vale suas duas horas e pico. O livro chama-se Znachor (charlatão) porque tem muito a ver com a maior parte da história.
sexta-feira, 11 de outubro de 2024
AMOR ESQUECIDO
UMA LIÇÃO DE AMOR
Nesse filme, Sean Penn arrasa. Quebra todas as estruturas emocionais e as vidraças dos olhos. São pai e filha (Dakota Fanning), abandonados pela mãe desde o dia do parto, cujas dificuldades causadas pela deficiência dele, ao invés de bifurcarem seus caminhos (e até se bifurcam, uma vez que há perda de guarda), mais fortalecem seus laços de afeto.
VINGANÇA (REVENGE)
Na parábola, o gato angorá atravessa os trilhos do trem e perde seu belo rabo, volta para pegar, e acaba perdendo a cabeça. A moral da história é clara, CQD.
SUSIE E OS BEKER BOYS
Michelle é um poema náufrago à deriva buscando um tema; é verso abstrato em um horizonte gramatical de eventos que se consagra como ponto de não retorno, onde os adjetivos são tragados pela força das trevas, e se somem no buraco negro da insignificância. Rimas então nem pensar, uma vez que as corretas, perfeitas e mais ricas seriam as pobres, e isso ninguém ousaria. Além do quê, rimas perderam a importância.
Não leio Michelle nos versos de Neruda. Muito menos a percebo nos lascivos de Bukowski. Talvez se pudesse adaptar os ufanistas de Bilac personificando a Pátria como uma mulher loira e linda; Ou nos mais arregaçados e entregues, porém não tão machistas de Vinicius, eu pudesse encontrar seus passos, apenas para me perder neles. Quem sabe buscando só a dor de Augusto dos Anjos, porque se sabe que a beleza dói na razão direta de não podermos aprisioná-la, mas sem a morbidez de Augusto, eu pudesse ler em significados o que vejo na tela e que trago tatuado no cérebro. No hemisfério direito do cérebro. Não sei.
Ah, sim, sobre "Susie e os Beker Boys"... "Os irmãos Frank e Jack Baker se apresentam juntos em um pequeno porém bem-sucedido número de piano, mas a falta de ambição os prejudica. Eles começam a perder shows e acabam relegados a lugares de terceira categoria. Na tentativa de dar vida nova às apresentações, os irmãos recrutam a bela Susie Diamond. O novo grupo faz sucesso, mas uma crescente atração entre Susie e Jack ameaça a estabilidade do trio".
Assisti ao filme há exatos 30 anos, em VHS, bebendo vinho em Bento Gonçalves. E recorri à fonte da internet porque só me lembro até uma hora de projeção, e tendo empacado no mesmo lugar todas as vezes que revi. Ocorre que quando Susie serpenteia preguiçosamente, miando sobre um piano, atormentado Jack, quem foi para o ponto de não retorno fui eu. Desde lá, sempre que a vejo, caio de quatro e me vou uivar na lua cheia.
O DIABO VESTE PRADA
Não há quem goste de cinema que não tenha um mínimo de encantamento com Meryl Strep. Eu tenho bem mais que um mínimo. Meryl está no topo da cadeia interpretativa de sua geração, e é por isso uma das recordistas em levar para casa as desejadas estatuetas da Academia.
UMA CARTA DE AMOR
Enviar cartas, no tempo em que se enviavam, era um manifesto íntimo de alto valor; e recebê-las era algo como ganhar um presente. Cartas descreviam momentos; eram autênticas, ainda que algumas verdades morressem nas entrelinhas.
A ESCOLHA DE SOFIA
"A vida é feita de escolhas". Essa é uma sentença sem crédito e que se esgota em si, mesmo que no metro do tempo, pensadores e murmuradores tenham criado complementos e firulas.
DE OLHOS BEM FECHADOS
Há maneiras de se interpretar, no modo crítico sem ser técnico, o filme "De olhos bem fechados". Pode ser uma fantasia erótica; um compêndio sobre a doença que se instala nos relacionamentos de enjoada perfeição, ou como eu prefiro: uma crítica social. De como são feitas e se multifacetam algumas oligarquias sociais. E também é bom de ver Nicole Kidman, digamos que literal e totalmente despida de bens e utensílios materiais. Bem como o diabo gosta.
SUPLÍCIO DE UMA SAUDADE
Muitos de nós vivemos uma história de amor que, por circunstância da vida ou da morte foi interrompida. E isso sempre merece um relato sentido, uma música, um poema, um livro ou um filme. Ou um livro que vira filme. "Love Is a Many-Splendored Thing", dirigido por King Vidor, realizado em 1955 é a história da doutora Han Suyin, uma médica asiática, viúva, de Hong Kong.
𝐓𝐄𝐐𝐔𝐈𝐋𝐀 𝐒𝐔𝐍𝐑𝐈𝐒𝐄"
Por aqui chamamos de "Conspiração tequila", esse filme que conta com elenco poderoso. Hoje seria um clichezão, mas na época, Michelle Pfeiffer ainda vivia os rescaldos da cheirada Elvira Hancock, de Scarface. Neste enredo, em posição de comando e mais maravilhosa do que nunca (ou seria como sempre?)
𝗢 𝗣Á𝗟𝗜𝗗𝗢 𝗢𝗟𝗛𝗢 𝗔𝗭𝗨𝗟
O filme pode ser visto como uma homenagem ao macambúzio e sorumbático Edgar Allan Poe, o poeta das trevas, ícone gótico. Mas na levada, arrasta-se como se fosse um texto de seu quase contemporâneo Arthur Conan Doyle, o pai do Sherlock Holmes. E no rastro das homenagens, surge o inoxidável versátil Robert Duvall, 92 anos, em uma pontinha discreta. Duvall é uma lenda. fartamente premiado, mas inesquecível em Apocalypse now e Tender Mercies.
ATRAÇÃO FATAL
A primeira impressão que me passa esse filme é que os atores foram escolhidos com refinamento. A doce Anne Archer (Beth Gallagher), no papel dela mesma, a excelente Glenn Close (Alex Forrest) exercitando olhos, bocas e estratégias doentias que arregalariam os olhos da Bette Davis e fariam tremer Joan Crawford, e o nosso "ninfo" preferido, aquele que se diz hiperativo sexualmente, casado com a Zeta Jones, e que teve que dar uma baita volta recentemente, para explicar a origem do seu câncer, o Michel Douglas (Dan Gallagher). Glenn e Anne jamais ficariam bem nos papeis inversos. Está na cara, no gestual e, por óbvio, no talento.
ANÔNIMO VENEZIANO
O filme tem a fatalidade sangrenta de um tango, ou de um samba-canção transtornado do Lupicínio Rodrigues,
quinta-feira, 10 de outubro de 2024
O FEITIÇO DE ÁQUILA
Eu tenho um motivo especial para assistir vez por outra "O feitiço de Áquila": limpar os olhos da fealdade do mundo. E assim faço com qualquer filme de Michelle Pfeiffer, nos quais exijo Oscar de melhor fotografia, por motivos óbvios.
AS ESPIÃS DE CHURCHLL
Quem estiver por aí, meio al pedo e goste de história, recomendo um filme: 𝗔𝘀 𝗲𝘀𝗽𝗶ã𝘀 𝗱𝗲 𝗖𝗵𝘂𝗿𝗰𝗵𝗶𝗹𝗹, O título brasileiro nada tem a ver com o original, que é A Call to Spy (Uma chamada para espionar). Pode isso? E eu me queixando do corretor do celular! Até porque, o gordinho do V da vitória transformado em paz e amor, não aparece nunca, e só recebe uma ou duas referências bem a lo largo.